A Cativa La captive
Ariane vive em casa de Simon, num grande apartamento parisiense, sob vigilância. Ele quer saber tudo sobre ela, acompanha-a onde quer que ela vá, procura surpreendê-la e submete-a a incessantes perguntas. Mas apesar disso, Ariane consegue arranjar para si um espaço de liberdade física e mental. Enquanto isso Simon sofre e, até nos momentos em que pensa possuí-la completamente, ela escapa-lhe cada vez mais. O facto de saber que Ariane sente uma grande atracção por mulheres, leva-o a imaginar que ela tem uma vida dupla, e só serve para aumentar o seu sofrimento e o seu desejo por ela. Mas não é apenas a atracção de Ariane por mulheres, nem as diferenças entre sexos que tornam os seus pedidos impossíveis - pedidos de fusão total, de osmose, de um desejo obsessivo de penetrar completamente a subjectividade do outro. É também o facto de que o outro é um outro, irrefutavelmente outro. O outro é um estranho e Ariane permanecerá sempre impenetrável para ele. É uma história de dois amantes. E por isso mesmo uma história trágica.
Actores e ficha técnica
Stanislas Merhar
Sylvie Testud
Olivia Bonamy
Liliane Rovère
Françoise Bertin
Aurore Clément
Vanessa Larré
Samuel Tasinaje
Jean Borodine
Anna Mouglalis
Bérénice Bejo
Realização: Chantal Akerman
Argumento: Chantal Akerman, Eric De Kuyper, com base na obra de Marcel Proust, La Prisonnière
Produção: Paulo Branco
Fotografia: Sabine Lancelin
Montagem: Claire Atherton
Direcção de casting: Richard Rousseau
Direcção de arte: Christian Marti
Décors: Janou Shammas
Guarda-roupa: Nathalie de Roscoät
Maquilhagem: Annouchka, Pierre Chavialle, Gérald Portenart
Distribuição: Leopardo Filmes
Biografia do realizador
Chantal Akerman (1950-2015) foi uma cineasta belga de origem judaica, realizadora de filmes de ficção, experimentais, documentários e filmes-ensaio, tendo também criado obras de vídeo e de instalação. Akerman, conhecida como uma pioneira do cinema feminista moderno, realizou a sua primeira curta-metragem, Saute ma Ville (1968), aos 18 anos de idade, e, logo aos 25 anos, realizou a sua primeira longa-metragem, Je, Tu, Il, Elle (1974). A este seguiram-se muitos outros filmes, de onde se destaca Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles (1975), Nuit et Jour (1991), nomeado para o Leão de Ouro no Festival de Veneza, Là-bas (2006), ou, por fim, o seu último filme, No Home Movie (2015), um documentário sobre os últimos momentos de vida da sua mãe.