Crepúsculo em Tóquio Tokyo boshoku
Naquele que é possivelmente o seu retrato mais pungente de um drama familiar, Ozu acompanha os caminhos paralelos de duas irmãs confrontadas com a ausência da mãe, uma gravidez indesejada e uma discórdia conjugal. Como sugere Manuel Cintra Ferreira, o filme mantém um diálogo com o cinema norte-americano seu contemporâneo e, em particular, com East of Eden de Elia Kazan através de um motivo comum: a “descoberta” da mãe como o ponto de partida para um drama de separação. Último filme a preto e branco de Ozu, Tōkyō Boshoku é também o seu trabalho mais sombrio, e imbuído de um cinismo que contrasta com o humor optimista característico do cineasta, e que convida a uma aceitação da dimensão trágica da vida.
Crítica
«Este turbulento e sombrio melodrama familiar, de 1957, afasta-se do sentimentalismo e vê-se investido de profundidade emocional e peso filosófico sob a direcção de Yasujiro Ozu.»
Richard Brody, The New Yorker
«Estranhamente, embora este seja o filme mais sombrio e pessimista de Ozu, não deixa de ter a mesma qualidade fácil; nunca nos sentimos violentados ou oprimidos.»
Jeffrey M. Anderson, Combustible Celluloid
«Para ver e relembrar que linhas de comunicação abertas entre as gerações são vitais para manter uma família intacta.»
Don Willmott, Filmcritic.com
Actores e ficha técnica
Ineko Arima
Setsuko Hara
Isuzu Yamada
Chishu Ryu
Realização Yasujirō Ozu
Argumento Kôgo Noda, Yasujirō Ozu
Direcção de Fotografia Yūharu Atsuta
Montagem Yoshiyasu Hamamura
Produção Shochiku co.,ltd.
Distribuição Leopardo Filmes