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A MÃE E A PUTA – A obra-prima de Jean Eustache chega às salas de cinema a 7 de Julho, num restauro 4K

Podemos afirmar sem exagero que este é um dos filmes mais aguardados do ano, apesar de passarem cinquenta anos sobre o início da sua rodagem.

E porquê? É um dos filmes mais venerados e mais citados do cinema francês, e mesmo da história do cinema (muitos cineastas contemporâneos afirmam que foi para eles um dos filmes mais marcantes – desde Olivier Assayas, que afirma: “Tenho a impressão de viver com este filme, um dos melhores filmes franceses de todos os tempos, desde que ele existe”, a Jim Jarmusch, Jane Campion, Harmony Korine ou Gaspard Noé).

Em resumo: uma obra-prima absoluta.


Filme de culto, também. As vezes em que era projectado eram raras, até porque não havia praticamente cópias, e fizeram dele um indiscutível objecto de desejo.


Foi finalmente restaurado em 4K e abriu a secção Cannes Classics na última edição do festival, numa sessão memorável que contou com a presença dos actores Jean-Pierre Léaud e Françoise Lebrun. Fôra nesse mesmo festival que se estreara, não sem controvérsia, e de onde sairia com o Grande Prémio Especial do Júri, em 1973.


Depois da estreia francesa, LA MAMAN ET LA PUTAIN / A MÃE E A PUTA vai agora chegar às salas portuguesas a partir de 7 de Julho, distribuído pela Leopardo Filmes*.


A MÃE E A PUTA é uma variação do clássico triângulo amoroso (e muito se escreveu sobre o que nele há de biográfico, mas não é isso que importa): Alexandre (Jean-Pierre Léaud) é um jovem ocioso, mas sempre ocupado, que deambula pelos cafés de Paris (o Rosebud, o Rostand, o Flore, o Deux Magots…), vive no pequeno apartamento de Marie (Bernardette Lafont), e inicia uma ligação amorosa com Veronika (Françoise Lebrun), enfermeira no hospital Laenec. E aí começa uma espécie de ménage à trois que, entre sentimentos e pulsões, acaba por se tornar tensa e insustentável.


“Em que romance crês tu que estás?”, diz a determinada altura Alexandre / Léaud. A Mãe e a Puta é também um filme de palavras (poderia ser um grande romance), com extraordinários diálogos, citações, collages, (“falar com as palavras dos outros, deve ser isso a liberdade”), entre uma espécie de niilismo descarnado e um dandismo pré-punk, como alguns fizeram notar.


O encontro do filme, que apesar dos anos continua a parecer tão jovem, com um novo público vai marcar profundamente o ano cinéfilo.


* A Leopardo filmes adquiriu toda a filmografia de Jean Eustache, uma obra de génio, breve e intensa: 13 filmes realizados em 18 anos, que vamos poder ver em cópias restauradas. A estreia dos restantes filmes acontecerá mais tarde, em datas a anunciar.

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