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Filmes distribuídos pela Leopardo Filmes entre os melhores do ano nas listas da crítica portuguesa
Com Dezembro chegam as listas, e 2025 termina com um sinal raro e feliz: vários filmes distribuídos pela Leopardo Filmes surgem destacados nas selecções anuais de imprensa especializada como o Público, o Expresso e a Time Out, confirmando um ano de distribuição particularmente forte e atento ao cinema de autor contemporâneo.
É a época das listas, esse ritual meio jornalístico, meio supersticioso, em que se tenta arrumar um ano inteiro de imagens e ideias em meia dúzia de títulos. E, nas escolhas agora publicadas por críticos do Público (Vasco Câmara, Luís Miguel Oliveira e Jorge Mourinha), do Expresso (Jorge Leitão Ramos, Rui Pedro Tendinha e Vasco Baptista Marques) e da Time Out (Eurico de Barros), sobressai um dado claro: 2025 foi um ano em que a Leopardo Filmes colocou um conjunto notável de obras no centro da conversa cinéfila.
Na lista da Time Out, Eurico de Barros escolhe A SEMENTE DO FIGO SAGRADO, de Mohammad Rasoulof, como o melhor filme do ano, sublinhando a forma como o realizador segura o filme «com punho sempre firme» e conduz «a tensão crescente» até um «clímax inesperado», num trabalho rodado clandestinamente e atravessado por urgência política e familiar.
Já nas escolhas do Público, o reconhecimento aparece com uma linguagem que sabe a diagnóstico e a elogio. Sobre ADEUS PHILIPPINE, de Jacques Rozier, que os críticos classificaram unanimemente com cinco estrelas, Jorge Mourinha descreve-o como «instantâneo volátil e comovente da França de 1962», «celebração de uma sofreguidão e de uma juventude na corda-bamba» e, mais do que isso, como um filme que «continua a ser um dos mais modernos de todos os clássicos». Em ONDE ATERRAR, de Hal Hartley, o mesmo crítico celebra «o reencontro feliz com um cineasta que parecia ter desaparecido e que retorna na sua melhor forma», destacando um cinema «clássico nas suas referências à alta comédia americana» e com «renovada frescura» graças ao «elevado concentrado de humor melancólico, certeiro e descentrado». E não é um detalhe pequeno: o filme venceu o Grande Prémio NOS no LEFFEST, com o júri a destacar a sua «originalidade, brilhantismo e profundidade», chamando-lhe «uma pequena jóia».
Nas mesmas escolhas do Público, Vasco Câmara sublinha em VERDADES DIFÍCEIS, de Mike Leigh, uma mudança de temperatura e de método: «À exuberância, ao histrionismo do filme anterior, contrapõe-se no último uma deriva em direcção ao silêncio.» E continua, com uma espécie de faca lenta: «Não há uma explicação (…) para os lamentos. É a irremediável insularidade da existência humana que se mostra, sem consolo.» Luís Miguel Oliveira, por seu lado, vê em CÃO PRETO, de Guan Hu, a força de um cinema que recusa a legenda fácil, juntando matéria e enigma: um retrato «físico e geográfico» articulado com «uma simbologia (…) que não é “esclarecedora” de coisa nenhuma» e que «só adensa o mistério, o poder enigmático e hipnótico desta paisagem». E é precisamente esse filme, CÃO PRETO, que volta a aparecer com destaque na Time Out, onde Eurico de Barros o coloca «lá para o topo da lista», elogiando a forma como harmoniza «um realismo áspero e uma fantasia de recorte surreal» e como a câmara capta «a vastidão esmagadora das paisagens» para fazer do espaço um destino.
O Expresso também fecha o ano com a sua lista dos melhores filmes, onde surge THE SHROUDS – AS MORTALHAS, de David Cronenberg, entre os títulos destacados pelos seus críticos, reforçando a presença da Leopardo Filmes nas selecções de fim de ano.
A este bloco de reconhecimento crítico junta-se ainda LAVAGANTE, de Mário Barroso, um dos títulos essenciais do ano e já a caminho dos 25 mil espectadores. Produção da Leopardo Filmes, o filme afirma-se como um caso raro de forte adesão do público aliado a reconhecimento crítico, confirmando que o cinema português pode cruzar ambição artística e verdadeira presença em sala.
Completam este ano de distribuição e produção particularmente sólido outros títulos estreados em 2025 pela Leopardo Filmes, como O ANO NOVO QUE NÃO ACONTECEU, de Bogdan Mureșanu, VERMIGLIO, de Maura Delpero, e O ROMANCE DE JIM, de Arnaud Larrieu e Jean Marie Larrieu, a par de ADEUS PHILIPPINE, ONDE ATERRAR, VERDADES DIFÍCEIS, CÃO PRETO, A SEMENTE DO FIGO SAGRADO e THE SHROUDS – AS MORTALHAS.
Quatro filmes distribuídos pela Leopardo Filmes integram ainda a lista dos 10 Melhores Filmes do Ano do À pala de Walsh. Em destaque, THE SHROUDS – AS MORTALHAS, de David Cronenberg, eleito o melhor filme do ano. A selecção inclui ainda novos filmes de Mike Leigh, Guan Hu e Boris Lojkine.
No fim, estas listas não são a verdade absoluta, mas são um sismógrafo. E o sismógrafo de 2025 regista um abanão feliz: cinema exigente, livre e singular a ser reconhecido com palavras que ficam.


