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Restos do Vento Restos do Vento

Um filme de Tiago Guedes com Albano Jerónimo, Nuno Lopes, Isabel Abreu, João Pedro Vaz, Gonçalo Waddington, Leonor Vasconcelos

Uma tradição pagã numa vila do interior de Portugal deixa traços dolorosos num grupo de jovens adolescentes. 25 anos depois, ao reencontrarem-se, o passado ressurge e a tragédia instala-se. 

2022 | Portugal | M/14 | 2h 06min | Drama | Longa-metragem

Festivais e prémios

Festival de Cannes 2022

Selecção Oficial — Special Screenings


Ourense Film Festival – Prémio Calpurnia – Melhor Filme


Lucca Film Festival - Prémio Marcello Petrozziello


46ª Mostra de São Paulo

Prémios Sophia 2023

Melhor Realização – Tiago Guedes

Melhor Actor Principal – Albano Jerónimo

Melhor Actor Secundário – Nuno Lopes


Actores e ficha técnica

Com

Albano Jerónimo - Laureano
Nuno Lopes - Samuel
Isabel Abreu - Judite

João Pedro Vaz - Paulo
Gonçalo Waddington - Vítor
Leonor Vasconcelos - Salomé

com a participação especial de Maria João Pinho


Realização: Tiago Guedes
Argumento: Tiago Rodrigues e Tiago Guedes
Produzido por Paulo Branco e Ana Pinhão Moura
Director de fotografia: Mark Bliss ACK
Montagem: Marcos Castiel BFE
Directora de arte: Isabel Branco
Figurinos: Isabel Carmona
Director de som: Pierre Tucat
Montagem de som e mistura: Pedro Góis
Produtora Delegada: Mariana Marta Branco


Uma produção
Leopardo Filmes e Alfama Films Production


Em co-produção com
ARTE France Cinéma
Rádio e Televisão de Portugal
APM Produções


Com a participação financeira de
Instituto do Cinema e do Audiovisual
Fundo de Apoio ao Turismo e ao Cinema
ARTE France
CMTV


Com o apoio de
Câmara Municipal de Penamacor
Junta de Freguesia de Meimão


Vendas internacionais e festivais: Alfama Films

Nota de intenções

Desde sempre me questionei sobre as razões da violência entre as pessoas. Hoje mais do que nunca essa pergunta permanece sem respostas possíveis ou tangíveis. Vivemos numa sociedade que avança no tempo mas que não evolui, come-se a si própria, cada vez mais afastada da natureza a produzir em excesso apenas com o fim do lucro. Uma sociedade que se esquece daqueles que por uma razão ou outra ficam para trás, daqueles que não conseguem acompanhar, ou que escolhem não o fazer.


Este filme nasce da vontade de reflectir sobre a violência exercida pelos mais fortes sobre os mais fracos, essa ilusão de poder que nos inunda em todos os aspectos da sociedade. Reflectir sobre a perda da inocência, onde ocorre e por que razões.


E talvez a maior de todas as vontades fosse reflectir sobre o medo, e  sobre como ele nos condiciona, como nos transforma e distorce a realidade.

O pano de fundo deste filme é o confronto entre a nobreza fundamental do ser humano e aquilo que chamamos de maldade humana, muitas vezes nascida do medo, daquilo que se estranha, desconhece ou ignora. Um confronto ancestral que a sociedade camufla, esconde, e que não tem a noção ou o conhecimento ou a cultura para o conseguir erradicar.


Daí nasceu a necessidade de reflectir sobre os rituais de passagem (aqui representado através de uma tradição semi-pagã ancestral), quase sempre ligados a manifestações violentas e misóginas que tentam de alguma forma simbolizar essa “separação” extrema onde se abandona um estatuto social para se adquirir um outro. 


A necessidade de pertencer a um grupo, a vontade de ser aceite por aqueles que consideramos mais fortes, assim como a vontade e a necessidade de humilhar os mais fracos, são infelizmente traços ainda demasiado actuais e certas tradições, não apenas de rituais antigos, parecem querer legitimar a forma como os grupos exercem o seu poder e violência sobre os outros. Veja-se todo o tipo de praxes existentes nas mais diversas formas.


Uma comunidade que esconde os crimes do seu passado, que não os examina e não se retrata, será incapaz de prevenir as violências futuras. Viverá assombrada sempre. É a sombra que chega antes do corpo. É a antecipação do que poderá acontecer. Há culpados, vitimas e carrascos, mas não há justiça. Há medo. Um medo que muda as percepções e faz ver o mundo através da sua lente distorcida. Um medo do que é estranho e desconhecido e que promove a injustiça e a violência que caracterizam o nosso mundo. Não há moral, porque não há espaço para ela. Só há tragédia. E medo.

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