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ORDEM MORAL estreia em França e anunciado na selecção oficial do festival de cinema de Tóquio
ORDEM MORAL, de Mário Barroso, com Maria de Medeiros como protagonista, estreia-se esta quarta-feira, 30 de Setembro, em França, em mais de quarenta salas (entre elas, 4 das mais importantes salas de Paris, nesta semana de estreia). Os elogios da crítica francesa têm-se multiplicado.
O Tokyo International Film Festival acaba de anunciar que ORDEM MORAL é um dos filmes que fará parte da Selecção Oficial da sua 33ª edição, que decorrerá de 31 de Outubro a 11 de Novembro. Esta presença no prestigiado festival japonês, vem somar-se à Selecção Oficial da 43ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e à 35ª Mostra de Valencia - Cinema del Mediterrani.
Em Portugal, ORDEM MORAL, que tem ocupado, desde a sua estreia, os lugares cimeiros dos filmes mais vistos em Portugal nas últimas semanas, entra agora na quarta semana de exibição, em várias salas por todo o país.
“Verídica e romanesca, a história do filme de Mário Barroso é levada à incandescência pela fusão da mise en scène e da representação da sua actriz principal.”
Jean-Michel Frodon, Slate.fr
“Concebido como uma oferta à sua actriz, o filme é dedicado a e dominado por Maria de Medeiros. Oliveiriana, Monteiriana e ela própria cineasta, Medeiros atravessa a Ordem Moral com toda a sua autoridade de actriz delicada e imperiosa, qual pequena górgona. Ela passa da paixão lúcida, que poderíamos pensar ter sido determinada pela raiva e pelo rancor, à revolta racionalizada contra o “filho da puta” – termo que pronuncia na abertura do filme, num apelo vingador da tragédia burguesa.
[…]
Deixar tudo para trás, despojar-se de tudo. Ignorar todas as regras, de decoro, de ordem e de moral. Inconcebível, o demónio do meio-dia nas mulheres não existe. Só a loucura é concebível, sob o nome de histeria, menopausa ou outra qualquer desregulação hormonal; e as loucas vão presas. A dona do jornal provoca as manchetes, desafia o seu quotidiano, apavora os bons doutores, a sociedade hipócrita em que o seu filho e o seu marido andam atrás das suas empregadas e das suas amigas […]
Maria Adelaide junta-se ao destino trágico das mulheres obstinadas e sentimentais que fizeram frente à “ordem moral”, patriarcal, heterossexual e burguesa dos empresários do início do século XX, que as internavam para se verem livres delas.”
“Elegante e clássico, o filme oferece a Maria de Medeiros a oportunidade de uma interpretação muito bela, numa homenagem vibrante e melancólica a uma doce rebelde.”
“O destino [de Maria Adelaide Coelho da Cunha] é emblemático da causa feminista que se afirmava no fim do primeiro conflito mundial. […]
Uma evocação proustiana, servida por uma mise en scène viscontiana [do Senso ou do Leopardo). […] Maria de Medeiros encontra finalmente um papel de protagonista à sua altura, neste drama histórico tão belo e pertinente que fala aos nossos dias.”
Jacky Bornet, Culture France Télévisions
“Maria Adelaide Coelho da Cunha é uma pioneira do feminismo europeu como o demonstra este belo filme de Mário Barroso. […] Vestindo completamente a pele da sua personagem, Maria de Medeiros entrega-se a uma composição impressionante que nos traz uma boa memória.”
“Ordem Moral narra a luta pela liberdade de uma mulher no princípio do século 20 como símbolo universal de emancipação feminina. Um filme poderoso e elegante […] pensado e levado do princípio ao fim por uma Maria de Medeiros verdadeiramente assombrosa.”
Laurent Cambon, A Voir, à lire
“Maria de Medeiros faz muito mais do que brilhar. Ela explode, resplandece, irradia em todo o seu ser, uma alma atormentada pelos poderosos, um coração desfeito que bate para que seja feita justiça. Como num grande clássico, Mário Barroso pinta a humanidade como um grande mestre dos sentimentos. Maria de Medeiros, Marcello Urgeghe, João Pedro Mamede apresentam-se com elegância, convicção, paixão… Um grande filme.”
L’heure de la sortie
Link para artigo de Jean-Michel Frodon aqui.