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MOSQUITO conquista a crítica francesa

Estreado esta semana, na reabertura dos cinemas em França (com exibição em duas dezenas de salas), Mosquito, o filme de João Nuno Pinto, produzido por Paulo Branco, uma produção Leopardo Filmes, conquistou a crítica francesa, que o coloca entre as grandes obras que abordaram o colonialismo português, e o refere como “uma experiência imersiva pela força da sua mise en scène”, “poderoso”, “intenso”, “brilhante”, “actual”. A música, a fotografia, os décors e a beleza das imagens ficarão por muito tempo na mente dos espectadores.

Concluindo: “é o filme que dará vontade aos espectadores de saírem do seu confinamento”.


aVoir-aLire.com ★★★★★
Positif ★★★★
Télérama ★★★★
Ouest France ★★★★
Le Monde ★★★
Le Nouvel Obs. ★★★


Imprensa [excertos]


“Jogando com referências identificáveis, vindas do património das grandes narrativas, de Homero a Coppola, das Amazonas ao vodu, de Anabase a Jules Verne, João Nuno Pinto transforma a evocação de uma aventura no sudeste africano no início do século XX num pesadelo crítico muito actual.


O realizador consegue-o graças à força sensorial que emana do seu filme. Pouco a pouco, Zacarias torna-se menos personagem do que o catalisador de um conjunto de impressões, sonoras e tácteis talvez mais do que visuais. Experiência imersiva pela simples força da sua mise en scène (e do trabalho dos actores), Mosquito leva-nos numa exuberância de ideias e de impulsos físicos. Ao narrar a história do soldado Zacarias, faz surgir de maneira subliminar uma grande nuvem de imagens, que estão longe de pertencer a um passado colonial exótico e ultrapassado.


A segunda longa-metragem de João Nuno Pinto vem assim juntar-se à lista excepcionalmente longa de filmes portugueses que, segundo perspectivas muito diferentes, souberam observar a sua herança colonial, e onde encontramos obras magníficas — Non, ou a Vã Glória de Mandar, de Manoel de Oliveira, Casa de Lava e Juventude em Marcha! (aguardando-se ainda a estreia em França da obra-prima Vitalina Varela) de Pedro Costa, Tabu de Miguel Gomes, A Batalha de Tabatô de João Viana, Cartas da Guerra de Ivo Ferreira…


Nesse sentido, e porque a maior parte das antigas potências coloniais estão longe de ter conseguido um trabalho com uma amplitude comparável, sobretudo no cinema, o filme é de uma enorme actualidade.”
Jean-Michel Frodon, Slate.fr
 
“A Moçambique dos colonos portugueses tinha já inspirado um filme sublime, Tabu (Miguel Gomes, 2012). Mosquito é menos barroco, mas identificamos nele a mesma melodia cativante de uma voz off desenredando as memórias de um narrador português chegado a África (com 17 anos) durante a Primeira Guerra Mundial. Ele queria conhecer o mundo, superar-se e defender a sua pátria contra o inimigo alemão. Abandonado pela sua unidade, parte à procura desta, a pé, percorrendo milhares de quilómetros, primeiro com dois ajudantes de campo moçambicanos, e depois completamente só.
[…]
Na tradição das narrativas “conradianas”, mas com a frontalidade de um cinema de investigação contemporâneo, o filme mostra todo o tipo de transições irreversíveis: a perda dos ideais, o adeus à inocência, a derivação para a selvajaria, a insanidade.
[…]
O cineasta sabe explorar os confins de cada situação, a hediondez de um colonialismo enraizado, mas também o inverso imprevisto da raiva ou do terror. Daqui resulta uma aventura estética e moral, uma narrativa de iniciação radical.”
Louis Guichard, Télérama ★★★★
 
Mosquito torna-se então mais do que um filme. É uma página aberta sobre a crueldade do mundo, os destroços da escravatura e o horror da discriminação racial. É também o espectáculo da profunda transformação deste jovem rapaz, em busca da sua companhia, como se a ruptura total, até à fome e à doença, a privação de tudo, fossem necessárias para se tornar um outro que não ele mesmo. Mosquito é a narrativa iniciática de um jovem soldado que atravessa Moçambique para reencontrar o seu grupo.
[…]
Mosquito é o romance de uma educação sentimental e mística. A mise en scène, genialmente valorizada por um trabalho sobre a luz de cortar a respiração, opta por nunca nomear as coisas. Compreendemos através do título que o protagonista pode ter sido picado por um mosquito e é atingido por uma opaca doença alucinatória. Compreendemos sobretudo que este périplo cria a oportunidade de dar à sua existência um novo sentido.
A inteligência da realização vem da forma como o cineasta mistura os efeitos visuais e incorpora na sua narrativa de guerra uma banda sonora moderna, que poderíamos julgar anacrónica. Não existem erros de realização. Pelo contrário, o techno que acompanha a narrativa transcende o retrato deste jovem homem na sua universalidade espiritual. A força do filme emana sobretudo do actor João Nunes Monteiro, que habita a sua personagem com um génio raro. Ele tanto parece uma criança perdida como um soldado cruel e cegado pela ideologia dominante, um adolescente em pleno silêncio e um fantasma de si próprio, devorado pela angústia e o pavor daquilo que o espera.
Mosquito é uma longa-metragem colossal que permitirá aos espectadores sair dos seus ambientes confinados, para penetrar os mistérios espirituais desta grande viagem onde o nosso herói apreende os limites da animalidade do homem. A originalidade da narrativa é incontestável. (…) a intensidade com que o actor habita a sua personagem dá à obra uma força emocional raramente vista. A música, a fotografia, os décors, a beleza da imagem assombrarão durante muito tempo a mente dos espectadores.”
Laurent Cambon, aVoir-aLire.com ★★★★★
 
Mosquito é um filme de guerra sem guerra, ou a história de um soldado raso privado da frente de batalha. Não deixa de perder por isso a sua dimensão épica. A fotografia transpira um calor que se nos cola à pele.”
Adrien Gombeaud, Les Echos
 
“Este filme leva-nos para um teatro das operações da primeira guerra mundial pouco conhecido. Nos passos de um jovem português patriota e idealista, conduz-nos a Moçambique, colónia portuguesa onde a força ocupante entra em conflito com as tropas imperialistas alemãs.”
Jacques Mandelbaum, Le Monde ★★★
 
Mosquito, de João Nuno Pinto, põe em imagens o racismo do início do século XX e inverte os dados numa narrativa iniciática de pesadelo.”
Nicolas Bauche, Positif  ★★★★

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